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Arquivos Mensais: fevereiro 2017

Não sei quantas almas tenho!

07 terça-feira fev 2017

Posted by Juliana Zanona in Sem categoria

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Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

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Depois que o emprego vai, o que fica?

02 quinta-feira fev 2017

Posted by Juliana Zanona in Sem categoria

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Era quarta-feira, o céu padrão Curitiba, cinza. O caminho foi o mesmo dos últimos três anos e seis meses, repito, três anos e seis meses, mas diferente dos outrosdesempregado dias fui reparando nos detalhes do caminho, detalhes estes que pela rotina já passavam despercebidos.

Registrar o ponto, sentar e esperar. O coração não erra. Telefone toca. Na primeira vez não era eu. Na segunda eu não tinha dúvida. A empresa não precisa mais de você. Agradecemos, mas você está des-li-ga-da. Blá blá blá. Três discursos no mesmo dia. Três pessoas devolvidas para o mercado em meia hora.

Nó na garganta. Olhos marejados. Desligada. Desligada. Desligada. Conta. Crise do país. IPVA. Seguro do carro. Sonho da casa própria. Ca-ce-ta, que merda. Respirar fundo. Guardar os pertences pessoais, despedir com sinceridade dos amigos, despedir socialmente dos demais. Partir.

Passados dois dias e um turbilhão de reflexões, a razão já me permite materializar alguns dos inúmeros aprendizados. Partilhá-los talvez não sirva pra nada, mas talvez clareie as ideias de inúmeras pessoas que assim como eu, hoje,  fazem parte do clã dos desempregados.

  • Alguns clichês precisam ser levados a sério: não viva para trabalhar, trabalhe para viver. Parece pouco, mas isso quer dizer muito, seu salário não tem valor nenhum se não for usado para te proporcionar qualidade de vida. Vestir a camisa da empresa é importante, mas lembre-se ela jamais vestirá a sua, por mais que as vezes dê a impressão que sim. Não seja um workaholic. Sua vida pessoal deve ocupar o 1º lugar sempre.
  • A vida é cíclica: todo ciclo tem começo, meio e fim. Sabendo da finitude deles, o caminho talvez seja não se apegar tanto aos projetos, mas sim nas relações que estão por trás deles. Afinal, são elas que colocam cores e sabores nas coisas. Ainda que sejam elas que geram os maiores desafios também. Diante disso, encare as dificuldades do dia a dia com suavidade, elas passam e assim como as coisas boas, elas também nos ensinam. Diálogo é sempre fundamental.
  • Sobre pessoas, é preciso cuidado:

Tem muita gente massa, daquelas que você acolhe com o coração, que suavizam o fardo, que te fazem pensar, crescer, que fazem a coisa toda valer a pena, que te fazem acreditar. Essas a gente tem mais é que abraçar mesmo.

Só que também tem aquelas que fazem o contrário disso, tipo ambição a qualquer preço e as vezes são até promovidas. Seja político com elas, mas não ingênuo. Elas jogam, você não, por isso, as vezes elas ganham e você perde, sem nem saber que estava jogando. Essas a gente tem que simplesmente deixar para lá.

  • Devemos estar atentos as oportunidades e benefícios da empresa e aproveitá-los ao máximo, afinal, além das pessoas boas que você conheceu, os cursos e aprendizados desenvolvidos fazem toda diferença, durante e depois.
  • Favoritismos são reais, por isso, a “justiça” nem sempre se faz presente. As vezes o que vale não é o que é de fato, mas sim o que parece ser (triste né). A gente precisa aceitar isso, mas ser fiel e honesto aquilo que a gente é sempre. Se as pessoas não se corrompessem com facilidade não teríamos metade dos problemas atuais.
  • Toda experiência é válida e imperfeita. Trabalhar ensina a gente a ter visão apreciativa. Ensina resiliência. Ensina a pensar mais do que falar. Ensina a falar menos e ouvir mais. Nos torna mais responsáveis, comprometidos e amplia nossa visão de mundo de uma maneira que sempre, sempre saímos melhores e maiores do que entramos.

E afinal, depois que o emprego vai, o que fica? Fica você, você e seu autoconhecimento mais bem desenvolvidos para buscar outra oportunidade, ainda que o mercado não esteja favorável.

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